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Publicado por: Fernanda Tissot, Advogada
Janeiro, 14 2021

Seremos imortais? Se depender da Microsoft, sim.

No início de dezembro de 2020, foi concedida pelo United States Patent and Trademark Office – USPTO a patente n° US 10,853,717, intitulada “Creating a Conversational Chat Bot of a Specific Person”, que protege um processo de criação de um chatbot de pessoas específicas, até mesmo daquelas que já faleceram. Seria possível, portanto, termos uma “conversa”, assustadoramente real, com alguém que faleceu.

Ao melhor estilo da série “Black Mirror”, a Microsoft fará uma “reencarnação digital” ao utilizar imagens, dados de voz, posts em mídias sociais, mensagens eletrônicas, cartas, além de vídeos, para que um modelo 2D ou 3D da pessoa seja gerado, tudo no intuito de recriar a sua personalidade e para que a comunicação seja a mais autêntica possível.

O sistema prevê a conversão dos dados obtidos para criação do chatbot, utilizando redes neurais, machine learning, dentre outras tecnologias de inteligência artificial, para garantir que os atributos específicos e as características de determinada pessoa (viva ou morta) sejam recriados com perfeição. Para tanto, serão utilizados dados relacionados ao estilo, dicção, tom de voz, além de características comportamentais, como interesses pessoais e opiniões.

Logicamente que há importantes questões éticas, de privacidade e de utilização de dados pessoais que certamente serão levantadas quando o sistema for realmente utilizado, contudo, inegável que patentes como esta demonstram alguns dos caminhos disruptivos que as empresas de tecnologia pretendem seguir num futuro próximo.